A tipografia está em todo lugar: livros, jornais, sites, embalagens, aplicativos… Trata-se da aparência das letras de um texto, e é um dos elementos mais importantes do design, pois influencia tanto a nossa leitura quanto a nossa percepção sobre um projeto.
Assim como as cores, diferentes tipos de tipografia transmitem diferentes sensações (mas isso veremos daqui a pouco). Além de escolher o estilo que melhor se adapta ao seu projeto e ao que ele deseja comunicar, também é necessário prestar atenção se a fonte (tipo de letra) escolhida é legível e torna a leitura fluida.
Bora de contexto histórico:
(Johannes Gutenberg via Aventuras na História)
Apesar de já ter sido inventada pelos chineses séculos antes utilizando tipos (moldes das letras) em argila, madeira e bronze, o surgimento da tipografia com prensa e tipos em metal aconteceu no século XV pelas mãos do ourives alemão Johannes Gutenberg.
Gutenberg desenvolveu uma tecnologia que consistia em peças de chumbo com relevos no formato de letras. Diversas peças com centenas de caracteres foram criadas e organizadas manualmente para formar palavras, que eram dispostas em uma forma, transformando-se em linhas e, finalmente, em páginas inteiras. Passava-se tinta por estas peças, que eram prensadas contra o papel e, assim, originavam-se as impressões.
A invenção ajudou na democratização dos impressos e na sua evolução. Principalmente de livros, que eram considerados artigos de luxo na época devido ao tempo que levavam para ser fabricados.
Depois disso, a tipografia começou a ser comercializada em famílias de tipos, as fontes, e segue evoluindo até os dias atuais, onde podemos encontrar milhões de opções tipográficas para a felicidade do designer.
Isso nos leva ao próximo tópico:
Como as fontes são classificadas hoje em dia?
Atualmente, as fontes podem ser categorizadas de diversas formas, segundo estudos de diferentes designers e pesquisadores da área. Para esse post, escolhemos a seguinte classificação:
SERIFADAS
Os prolongamentos das letras são chamados de serifas.
Serifa é o nome dado aos prolongamentos que existem nesse tipo de fonte. Essa tipografia apresenta um visual mais clássico, ideal para projetos mais tradicionais e grandes volumes de texto impresso, pois auxilia na leitura e na continuidade do texto, diminuindo o cansaço visual. No design de marcas, é muito utilizada em logotipos que desejam transmitir atributos como respeitável, confiável, e seguro.
Dentro desse grupo existem algumas variações:
Serifa humanista
Possui esse nome por ser inspirada na caligrafia humana, com traços arredondados e eixo diagonal. Estilo muito utilizado em marcas mais sérias e tradicionais, com características como liderança, poder e sabedoria.
Serifa transicional
Esse estilo representa a transição entre as tipografias humanista e moderna. Também possui como referência a escrita à mão, com serifas mais finas e retas, extremidades agudas e eixo vertical. Por ser parecida com as fontes humanistas, a transicional passa as mesmas sensações.
Serifa moderna
Esse tipo de fonte conta com serifas mais retas, eixo vertical e espessuras das hastes contrastantes. O desenho combina com marcas cujas características sejam exclusividade, elegância, sensualidade e luxo.
Serifa grossa/Slab
Com serifas pesadas e retangulares, esta fonte foi criada durante a Revolução Industrial para ser utilizada na publicidade e destacar-se em meio às outras tipografias. Possui um estilo autêntico e sólido, combinando com marcas fortes, rústicas e industriais.
SEM SERIFA (SANS SERIF)
São as fontes que não possuem serifa, garantindo uma aparência mais moderna, objetiva e clean. Ideais para plataformas digitais, pois facilita a leitura em telas.
Humanista
Assim como a humanista serifada, esta também é inspirada no estilo caligráfico. Apresenta curvas suaves e um leve contraste nas hastes. É uma tipografia versátil e pode ser utilizada em marcas humanas, acessíveis e amigáveis.
Transicional
Fonte elegante e versátil, possui algumas semelhanças com as transicionais serifadas. Seu desenho reto e uniforme e sua boa legibilidade permitem que funcione em diversas aplicações.
Geométrica
Como o nome sugere, trata-se de uma composição baseada em formas geométricas. É uma tipografia moderna, criativa e informal, ideal para marcas com estes mesmos atributos.
MANUSCRITAS
Script
Não é indicada para grandes textos, pois pode tornar a leitura difícil e cansativa. Estas fontes transmitem sensações como sofisticação, elegância, romance, delicadeza e conforto. São muito usadas em convites de casamento, por exemplo.
Cursiva
Por ser muito parecida com a Script, possui praticamente as mesmas características. A grande diferença entre as duas é que fontes Script têm as letras minúsculas ligadas umas às outras, diferente das Cursivas.
Hand Lettering
A Hand Lettering, apesar de ter características parecidas com as duas tipografias anteriores, possui um visual muito mais fiel à caligrafia humana, pois não se preocupa tanto com proporção e uniformidade. Sua aparência orgânica combina com marcas amigáveis, informais e divertidas.
INFORMAIS
Fantasia
São fontes diversas e irregulares, com características distintas e que geralmente têm um forte impacto visual. Por não seguirem um padrão, algumas possuem boa legibilidade enquanto outras, quase nenhuma. Muito utilizadas para projetos especiais, mais gráficos e/ou descontraídos.
Gótica
É a tipografia da Bíblia de Gutenberg, primeiro livro impresso na prensa de Johannes Gutenberg! É caracterizada, principalmente, por possuir traços dos manuscritos medievais europeus. Atualmente é comum utilizá-la em projetos mais “vintage“, tradicionais, grosseiros e imponentes.
É importante lembrar que as definições sobre as aplicações não são regras, e cabe ao profissional escolher o que for melhor para o seu projeto.
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Até o próximo post. 🤠
Fontes: Pensar com Tipos – Ellen Lupton, Marcelo Kimura, Rockcontent, Chief of Design e Printwayy.